De início, é preciso esclarecer que o foco dessa postagem é a vivência de um sentimento duradouro, com compromisso. Não se trata aqui daquele pulsar no coração quando se vê alguém atraente. O sentimento que será encorajado nas linhas a seguir pode até ser iniciado nesse fogo arrebatador, aquele que surge em um primeiro contato, mas sua perenidade se fundamentará muito mais em companheirismo, fidelidade e respeito.
Para alguns, esse amor - que vale todo o sacrifício para ser cultivado, que é correspondido e que é responsável - é um presente que foi recebido sem muito esforço. Simplesmente aconteceu. Para outros - que creio ser a maioria - esse tipo de amor é quase intangível, praticamente impossível, em razão da dificuldade de se encontrar 'a alma gêmea'.
Ainda que seja difícil a procura, se alguém está disposto(a) a embarcar na imprevisível empreitada que é se abrir para um relacionamento amoroso, algumas fases de preparação poderão facilitar o processo. Nesse ínterim está incluída a seleção/descarte de potenciais companhias. Sempre é bom ter em mente: "antes só do que mal-acompanhado(a)".
Segundo o neuroeconomista Paul Zak, o primeiro cientista a identificar o papel da oxitocina nos comportamentos de confiança dos seres humanos, o hormônio é liberado no cérebro quando nós tomamos atitudes como tocar em outra pessoa, ou quanto mantemos contato visual em um primeiro encontro.
“Este tipo de comportamento, quando damos total atenção à pessoa com quem estamos conversando e nos interessamos pela vida dela, por exemplo, mostra ao cérebro do interlocutor que nós nos importamos com ele”, explica.
Ao mesmo tempo, a reciprocidade que a outra pessoa demonstra quando percebe estas “atitudes de conexão” libera oxitocina no nosso cérebro também – é um jogo no qual todo mundo ganha.
A oxitocina literalmente permite que seres humanos se conectem uns com os outros. Depois disso, bem, você só precisa ser alguém interessante, divertido e atraente, mas o primeiro passo foi dado.
Como as sociedades modernas tendem ao individualismo e ao isolamento social, muitas vezes é preciso uma espécie de 'treino' para se estimular a oxitocina visando os relacionamentos interpessoais. Na matéria mencionada acima, os cães são recomendados como eficientes propulsores de oxitocina, pois em geral estão sempre interessados em dar e receber atenção de seus donos. Já os gatos, talvez por serem mais independentes, não são indicados para essa finalidade.
Amar e ser amado(a) é um desejo recorrente nos humanos. Alguns têm um talento natural para serem alvos de atenção e estima. Já outros têm mais dificuldade, em virtude de certas características que podem ser trabalhadas. Se alguém deseja companhia, e companhia de qualidade, compensa trabalhar alguns aspectos pessoais para se melhorar o grau de sociabilidade - em casa, no trabalho, nas atividades acadêmicas etc.
Solteira e cansada de procurar namorado pela internet, a americana Mandy Len Catron decidiu usar a ciência para encontrar o amor. Na metade do ano passado, a escritora e professora da Universidade British Columbia, no Canadá, chamou um conhecido para, juntos, reproduzirem um experimento do psicólogo Arthur Aron que fez com que dois estranhos se apaixonassem em laboratório. Em 1997, Aron demonstrou que bastava responder 36 questões pessoais, cada vez mais reveladoras e, em seguida, olhar profundamente nos olhos um do outro durante quatro minutos para que a paixão surgisse. A experiência deu tão certo que, na última semana, Mandy, de 33 anos, decidiu contar sua história com final feliz em uma coluna do jornal The New York Times e instigar outras pessoas a fazer o mesmo.
As 36 perguntas estão listadas a seguir (com algumas adaptações para o nosso linguajar habitual), e podem ser separadas em 3 grupo de 12:
1. Se você pudesse escolher qualquer pessoa no mundo, quem você escolheria para um passeio?
2. Você gostaria de ser famoso? De que forma?
3. Antes de telefonar para alguém, você já ensaia o que você vai dizer? Por quê?
4. O que seria um dia "perfeito" para você?
5. Quando foi a última vez que você cantou para si mesmo? E para alguém?
6. Qual dos dois você escolheria:
* viver até os 90 anos ou
* manter o seu corpo de 30 anos pelos últimos 60 anos da sua vida?
7. Como você acha que vai morrer?
8. Diga três coisas que você acha que eu e você temos em comum.
9. O que você sente mais gratidão por ter em sua vida?
10. Se você pudesse mudar alguma coisa sobre a maneira como você foi criado(a), o que seria?
11. Conte a história da sua vida em 4 minutos com o máximo de detalhes possíveis.
12. Se você pudesse acordar amanhã com qualquer qualidade ou habilidade que você ainda não tem, qual seria?
13. Se uma bola de cristal pudesse lhe dizer a verdade sobre si mesmo, sua vida, seu futuro ou qualquer outra coisa, o que você gostaria de saber?
14. Existe alguma coisa que você já sonhou em fazer por um longo tempo? Se sim, por que você não o fez?
15. Qual foi a maior realização da sua vida?
16. O que você mais valoriza em uma amizade?
17. Qual é a sua lembrança mais querida?
18. Qual é a sua lembrança mais terrível?
19. Se você soubesse que em um ano você iria morrer de repente, você mudaria alguma coisa na sua vida agora? Por quê?
20. O que amizade significa para você?
21. Qual a importância do amor e da afeição na sua vida?
22. Ambos vão escolher 5 características que apreciam um no outro.
23. Quão próxima e afetuosa é a sua família? Você sente que sua infância foi mais feliz do que a maioria das outras pessoas?
24. Como é o seu relacionamento com a sua mãe?
25. Ambos concordarão em 3 frases que refletem o que estão sentindo no momento, e todas têm que iniciar com o pronome 'nós'. Ex.: 'Nós estamos nos sentindo à vontade um com o outro', 'Nós estamos gostando dessa experiência' etc.
26. Complete a frase: "Eu gostaria de ter alguém a quem eu pudesse contar que..."
27. Se nesse ponto ambos entendem que estão preparados para uma amizade mais profunda um com o outro, então é o momento de revelar algo que seja muito importante para ele ou ela saber.
28. Dizer ao outro o que você aprecia sobre eles; essa fala deve ser bem honesta, dizendo coisas que NÃO seriam ditas para quem se acabou de conhecer.
29. Compartilhe um momento embaraçoso em sua vida.
30. Quando foi a última vez que você chorou na frente de outra pessoa? E sozinho(a)?
31. Diga ao(à) outro(a) algo que você já gosta nele(a).
32. O que, na opinião do(a) outro(a), é muito grave para se brincar a respeito?
33. Se você fosse morrer esta noite com nenhuma oportunidade de se comunicar com algúem, o que você mais se arrependeria de não ter dito? Por que você não disse ainda?
34. Na hipótese da sua casa - que contém tudo que você possui - pegar fogo, e após o resgate de seus entes queridos e animais de estimação, você tivesse tempo para fazer com segurança uma entrada final para salvar algum item faltante. O que seria? Por quê?
35. De todas as pessoas da sua família, qual a morte que lhe causaria maior dor? Por quê?
36. Compartilhe um problema pessoal e peça o conselho do(a) outro(a) sobre como se poderia lidar com isso. E também pergunte, no ponto-de-vista do(a) outro(a), como lhe pareceram suas emoções a respeito desse problema.
Bem, não deixa de ser uma intrigante experiência. Após as respostas e depois dos 4 minutos de olho no olho entre os dois que se dispuseram para tal, é possível que haja o florescer de um bonito e duradouro relacionamento.
Da mesma forma, ainda que não haja garantias para o amor verdadeiro, ao tomar os passos 1 a 3 sugeridos acima, qualquer um(a) só tem a ganhar! Aprender a se valorizar com base em um relacionamento real com Deus, desenvolver melhores laços afetivos e se precaver de maus(ás) opções trazem benefícios concretos - EXPERIMENTE!
******
Nota para leitores cristãos: os integrantes do Projeto Sapiensmania incentivam a prática da Corte para os relacionamentos afetivos prévios ao casamento, e também que pais/responsáveis possam conhecer os pretendentes antes do início desse compromisso afetivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário